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A tecnologia brasileira que pode ser exportada

Brasileiros dominam sistemas de gestão financeira e varejo que poderiam muito bem ser vendidos para Europa, EUA e mesmo Japão. Neste ponto estamos à frente dos indianos. Em outros não.
Desenvolvedores indianos estão deixando de lado o modelo de trabalhar por processo e investem em inteligência inovadora. Os brasileiros já têm soluções de gestão online de primeira.
Faz alguns anos estive em Montreal. Um amigo brasileiro, que morava lá, me perguntou o que eu gostaria de curtir na cidade. “Jogar bola naquele campinho do parque a que você
sempre vai”, respondi.
Lá, além da goleada que aplicamos, o mais divertido foi descobrir como os canadenses tentam organizar um racha. Os jogadores entravam durante o jogo sem pedir licença.
Quando me dei conta, havia uns 20 de um lado, contra uns 30 do outro.
Soube depois que os campeonatos de futebol canadenses – a maioria de amadores – são extremamente bem organizados, mas a pelada…
Aqui, ocorre o contrário. Os jogos informais têm todo tipo de regras e a desorganização fica por conta do que deveria ser oficial – vide a situação dos times de futebol das primeiras divisões.
Somos, a partir das nossas instáveis vidas econômica e política, grandes organizadores do caos. Contamos sempre com a mudança de regras e a possível desorganização futura.
Assim, teoricamente, internet e informática são dois ambientes propícios para nós: sem regras, desordenados e com mudanças a cada mês.
É, digamos assim, a ‘cyber–casa’ da mãe Joana ou da Noca. O ‘cyber–cego–em–tiroteio’. Enfim, um clima brasileiro interplanetário. No fundo, esse jogo de cintura é um dos grandes
diferenciais terceiro–mundistas neste século. Resta–nos saber tirar vantagem disso.
Alguns países como a Índia perceberam esse potencial e investiram fortemente na indústria do software e na prestação de serviços à distância para todos os países do mundo.
Enquanto os americanos vão dormir, os indianos estão acordando e dando seqüência aos trabalhos, em uma rotina de produção de códigos 24 horas por dia.
Em um artigo recente sobre esse tema, o autor Cícero José da Silva, produtor de software,
constata:
“O que a Índia tem de principal à nossa frente são esses dez anos de esforços concentrados, voltados para a inovação tecnológica, a cargo da iniciativa privada, sob a batuta incentivadora de um aparato estatal preocupado com a competitividade externa”.
Considera:
“Não há, em qualquer lugar do planeta, um tal conteúdo de inteligência estratégica em sistemas de gestão financeira como o que existe no Brasil. Nossos modelos de compensação, nossos sistemas de tesouraria online e nossa profusão de sistemas de varejo são apenas a ponta do iceberg de uma tecnologia de fazer inveja à Europa e até mesmo ao Japão e aos EUA”.
E conclui:
“A própria Índia, repito, já vem revendo seu estratagema inicial de vendedora de processos (por vezes até fragmentários) de produção e começa a investir pesado em inteligência inovadora. E é aí, por sorte nossa, que estamos dez anos à frente da indústria de software indiana”.
Ficam as sugestões: que Lula & Cia. incluam projetos nessa área no planejamento estratégico brasileiro para os próximos anos, que está atualmente em discussão. Fortalecendo, assim, na sociedade projetos nessa direção, que incentivem a redação em inglês, ferramenta fundamental para fechar negócios pela web e a abertura de escritórios
pelo planeta para a divulgação dos serviços

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